A vida de Santa Hildegarda de Bingen

A história de Santa Hildegarda de Bingen é uma narrativa extraordinária de fé, intelecto e conquistas que ecoa através dos séculos, visto que teve sua vida marcada por visões divinas, inovação intelectual e dedicação à igreja, Hildegarda emergiu como uma figura notável do século XII, deixando um legado duradouro. Neste artigo, exploraremos a rica tapeçaria de sua vida desde a infância até suas notáveis realizações, bem como sua influência e relevância até os dias de hoje.

Infância e Educação

Hildegarda de Bingen nasceu em 1098, na cidade de Bermersheim, Renânia, na atual Alemanha. Ela era a décima de dez filhos de uma família nobre. No entanto, desde cedo, Hildegarda mostrou sinais de singularidade.

Além disso, suas visões religiosas a atormentavam, e sua educação teve início em um convento beneditino quando tinha apenas oito anos. Nesse ambiente, recebeu formação religiosa, literária e musical.

As Visões e o Chamado Divino

Aos três anos de idade, Hildegarda começou a ter visões, que mais tarde ela descreveria como “visões do céu”. Essas experiências místicas a acompanharam durante toda a sua vida e desempenharam um papel central em seu desenvolvimento espiritual e sobretudo intelectual.

Ela afirmava que essas visões eram acompanhadas por uma voz celestial que lhe instruía sobre questões teológicas e filosóficas.

A Vida no Mosteiro de Disibodenberg

Hildegarda entrou no mosteiro beneditino de Disibodenberg aos 14 anos, onde passou a maior parte de sua vida religiosa. Ela professou os votos monásticos aos 16 anos e, durante sua estadia em Disibodenberg, continuou a receber visões divinas. Além disso, ela aprofundou sua educação em teologia e música, desenvolvendo suas habilidades de composição musical. Ela também começou a registrar seus pensamentos e visões em um registro conhecido como “Scivias”, que significa “Conhece os Caminhos do Senhor”.

A Ordem das Virtudes

Em 1150, com o apoio de seu abade Kuno von Disibodenberg, Hildegarda fundou o mosteiro de Rupertsberg, próximo a Bingen. Lá, ela estabeleceu uma comunidade monástica independente, buscando viver de acordo com sua visão espiritual única. Essa comunidade era denominada “Ordem das Virtudes”, e Hildegarda liderava suas irmãs não apenas na vida religiosa, mas também na busca do conhecimento e do bem-estar.

Contribuições à Música e à Literatura

Hildegarda era uma compositora prolífica e uma das primeiras mulheres a escrever música litúrgica na Idade Média. Suas composições, conhecidas como “antífonas”, eram influenciadas por suas visões divinas e sua paixão pela música. Além disso, escreveu várias obras teológicas e científicas notáveis, como “Scivias”, “Liber Vitae Meritorum” e “Physica”, abordando questões teológicas, científicas e filosóficas, e suas opiniões eram frequentemente respeitadas por estudiosos e líderes religiosos da época.

Uma Voz na Política e na Igreja

Hildegarda não limitou apenas a suas contribuições intelectuais e espirituais; ela desempenhava um papel ativo na política e na Igreja. Ao logo de sua vida manteve correspondência com figuras influentes de sua época, incluindo o Papa Eugênio III e o imperador Frederico Barbarossa. Afinal, suas cartas tratavam de questões religiosas e políticas, o que evidenciava sua influência na esfera pública.

A Relevância Contemporânea

Em suma a influência de Santa Hildegarda de Bingen transcende sua própria era. Seus escritos e composições ainda são estudados e apreciados hoje em dia. Ademais, sua abordagem única da espiritualidade, combinando fé com investigação intelectual, a tornou uma figura de destaque em um período em que as vozes femininas eram frequentemente silenciadas.

Hildegarda também é lembrada por suas contribuições à medicina herbal e à cura, documentando extensivamente o uso de plantas medicinais em sua obra “Physica” e sendo considerada uma das precursoras da fitoterapia.

Conclusão

Sabemos que Santa Hildegarda de Bingen viveu uma vida extraordinária marcada por visões divinas, contribuições intelectuais e dedicação à fé. Ela influênciou através dos séculos assim como suas realizações continuam a ser estudadas e apreciadas na contemporaneidade.
Ela é lembrança de que, mesmo em uma época em que as mulheres enfrentavam desafios significativos para ter suas vozes ouvidas, pode-se abrir caminhos extraordinários com fé, sabedoria e determinação, é evidenciada por ela. A vida de Santa Hildegarda é um testemunho de como um legado duradouro que transcende fronteiras temporais e culturais pode ser deixado por uma mente curiosa e uma alma devota.